... E 2
"Dentro do envelope estavam as passagens aéreas, bilhetes de ida e de volta, um talão de cheques de vinte folhas tinindo de novo, um álbum de fotografias do casalzinho de namorados, e a série de documentos originais dos quais o banco exigira cópia. Só isso. Um contratempo de lascar! (...) Acenei para um táxi que passava e disse ao motorista a famosa frase do cinema americano: siga aquele carro!, ou melhor, ônibus! E assim fomos até alcançar o coletivo parado no fim de linha de Luís Anselmo, vazio de passageiros.Não, ninguém deixou com eles envelope algum. Não, ninguém viu moça alguma falar de envelope esquecido com ela. Não, ninguém lembrava de uma morena bonita com envelope amarelo e livros nos braços. Entrei no ônibus e constatei que não, não havia nenhum envelope abandonado sobre o banco.
Foi uma manhã difícil, dividida entre providências para obtenção de novas passagens (...)cancelamento e obtenção de novo talão de cheques, e as tarefas típicas de uma manhã em assessoria de imprensa. Lá pelas onze horas recebi um telefonema da gerente da minha agência bancária. Pensei: o talão está pronto.
Não, não era o talão. A bela morena estava lá, na agência, com certo envelope amarelo nas mãos, a procurar por mim. Encontrei-me com a morena meia hora depois. Ambos, felizes, por motivos diferentes. Conferi o conteúdo do envelope. Ela me disse não mexi em nada, está tudo aí, como o senhor... é... você deixou. Quis recompensá-la financeiramente e ela recusou. Na verdade, esticava a conversa e mantinha um sorriso permanente no rosto..."
E paro aqui a transcrição, por razões que a decência, o decoro e sem-vergonhice dos deuses pedem... ;)
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